Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Ciclos

As eleições ficaram para trás e as atenções novamente voltam-se às festas de final de ano. O comércio se encarrega de dar os primeiros sinais com vitrines atrativas e algumas ofertas de empregos temporários. Os endividados esperam o décimo terceiro salário ou um trabalho extra para sair um pouco do sufoco. As atenções também se voltam ao fim das aulas, as férias, ao corpo para estar em boa forma no verão. Estas e tantas outras rotinas típicas deste período encerram não somente o ano, mas também mais um ciclo.
No decorrer dos anos vivemos vários ciclos, os mais comuns talvez sejam os das estações do ano, embora estejam cada vez menos definidas ainda possuem datas fixas. Alguns ciclos são mais longos, outros acorrem com mais frequência e em curto espaço de tempo, enfim, acontecem periodicamente, mas sempre ocorrem.
Geralmente não percebemos que estamos vivendo ou revivendo um ciclo que obviamente não será exatamente igual ao anterior, mas que tem forte relação com outros momentos, outras vivências e acontecimentos que já experimentamos. Certos acontecimentos se repetem, assim como os dias, mas nunca são iguais. As crises financeiras, emocionais e sociais que constantemente ocorrem em nossas vidas são ciclos que nos proporcionam a oportunidade de mudarmos, aprendermos e consequentemente crescermos como seres humanos em evolução.
O que me intriga nos ciclos são as dificuldades que temos para identificar o momento de transição, aliás, a maior parte das pessoas resiste em ingressar em um novo ciclo em sua vida. Sempre que surge uma oportunidade de mudança, apegam-se insistentemente no momento presente, fundamentando no passado todas as suas ações. Esta atitude conservadora impossibilita novas descobertas e consequentemente causa muito sofrimento pelo fato de tentar resistir à mudança que é inevitável.
Perceber e resistir à mudança é sofrer, já que vivemos em constantes mudanças.Não aceitá-las é como querer que o dia de hoje aconteça exatamente igual ao de ontem e isso não é natural, é inútil. Alguns ciclos são mais evidentes e mais facilmente aceitos, porém existem mudanças, especialmente as de foro intimo que são de difícil percepção que trazem desgaste e sofrimento, especialmente porque não aceitamos o fim do ciclo atual. Acredito que sofremos mais por medo em perder aquilo que já possuímos do que pelo medo de enfrentar o novo. É no novo que estão às oportunidades os desafios, ou seja, o crescimento e desenvolvimento pessoal, a oportunidade de ser feliz.
A coragem de ingressar em um novo ciclo é algo raro de ser encontrado nas pessoas desanimadas, pois sem fé e esperança não se consegue avançar, o que contribui para justificar porque muitas pessoas inteligentes e bem informadas não conseguem superar os desafios pessoais. Abandonar o passado por mais maravilhoso que possa ter sido é primordial, da mesma forma temos que olhar o novo como uma oportunidade de melhorar-se e buscar ser mais feliz.
Os ciclos se repetem independente de nosso desejo, são como uma prova divina que é aplicada a todos para avaliar seu desenvolvimento. Esta avaliação é feita até mesmo na natureza através das manifestações climáticas e tantas outras catástrofes que representam à reprovação na ação depredatória do homem. Submeter-se sem medo às mudanças que a vida nos impõe com coragem e força interior é a primeira ação a ser adotada, porém não suficiente, pois para obter êxito é preciso utilizar os conhecimentos adquiridos ao longo da caminhada da vida. Não me refiro o conhecimento não somente como aprendizado advindo de estudos e análises, mas principalmente do assimilado pelas provações diárias e do conteúdo interior. É o que registramos em nosso interior que nos torna mais ou menos aptos a agir e enfrentar as experiências que precisamos assimilar.
Mudanças sejam cíclicas ou não, geralmente são representadas por círculos ou formas curvas que é a representação mais adequada por tratar-se de um processo contínuo. Normalmente essa mudança ocorre de forma gradativa para que possamos assimilá-las conscientemente, apesar de algumas vezes ocorrer de forma abrupta. Neste caso não é raro que seja fruto de adiamentos, de acumulações e resistências ao novo que se transformaram em um fato mais traumático e doloso. Estes acontecimentos inevitáveis aos interpretados como “carmas”, mas são apenas consequência da força de resistência que sempre imprimimos ao fluxo dos fatos que naturalmente nos levariam a evoluir.
Alguns ciclos podem vir de forma diferenciada, mas todos têm o mesmo objetivo, que é de nos desafiar a seguir em frente, confiante de que podemos vencer qualquer obstáculo. Para tanto, somos dotados de inteligência, razão, emoção, sentimentos e com a centelha divina, capazes de nos proteger e guiar com segurança pelos desafios da vida. Mas, somente obteremos sucesso se juntarmos o desejo e a força de vontade para vencer e superar-se. Boa semana.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 04/11/2010
Alterado em 18/11/2010
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