Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos

Te quero,
te sinto
meu absinto proibido

 

Abre o cinto do tempo
solta o instinto
como rio noturno
que rompe margens
e devora a terra
com sede antiga

 

Te beijo
como quem rouba o ar
e devolve em fogo
Te mordo
como quem grava na pele
o mapa secreto do desejo

 

Entre nós
o ar se torna chama
a carne aprende
a linguagem secreta das constelações

 

Te aperto
como quem segura um relâmpago
mesmo sabendo que vai queimar

 

Cada suspiro é um cometa
riscando o céu do teu corpo
antes de morrer em luz
sobre mim

 

E quando o último gesto se fechar,
o mundo será apenas
um eco distante
e nós —
a única verdade
que ardeu inteira
e se fez eterna.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 15/08/2025
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