Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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           De volta à rotina.

 

            Este é o período do ano em que tudo recomeça, não apenas pela retomada das aulas, o caos do trânsito pelo grande volume de circulação de carros e de pedestres, principalmente nos grandes centros, mas também pelo término da temporada de férias para a grande maioria da população. Assim, quem saiu em férias retorna ao trabalho e quem ficou sobrecarregado no trabalho, em função das férias do outro, retorna as suas atividades, enfim, tudo volta ao normal. 

            Aquela disposição e o inabalável propósito feito lá no inicio do ano, aos poucos vai se perdendo entre as dificuldades no trabalho, desgaste nos relacionamentos e as armadilhas da mesmice disfarçadas na velha rotina. É trabalho e mais trabalho, metas a serem perseguidas, contas que multiplicamos cada vez mais e que devem ser pagas com o nobre pretexto de atender as necessidades dos filhos, amigos, cônjuge, namorada, pais, ou seja, todos os que nos são caros. Com o perdão do trocadilho, todos os que nos são queridos e amamos. 

            Dessa forma, grande parte do nosso tempo acaba sendo dedicado as necessidades materiais, com a intenção de proporcionar maior conforto e comodidade aos entes queridos. Nada mais justo, afinal, é para isso que trabalhamos e muitas vezes além do nosso limite. Essa é a rotina da grande maioria e, quem não a tem, com certeza a deseja, pois, é em torno do trabalho que nós racionais nos estruturamos, é a forma que encontramos para melhor satisfazer nossas necessidades. A famosa frase “o trabalho enobrece e dignifica o homem” é discutível, mas não podemos negar que tem um fundo de verdade.

            O que não podemos, é esquecer que temos muitas outras necessidades para vivermos uma vida equilibrada e feliz. Estas, no entanto, geralmente são suprimidas em beneficio do trabalho e ao demasiado valor que lhe atribuímos. Essa desproporção de valor com que tratamos o material nos leva a uma constante preocupação com a administração das finanças, deixando de lado a dedicação, o companheirismo e outras manifestações de afeto que todos necessitamos. Na verdade, o excesso é uma grande armadilha que nos lança para um circulo vicioso, de ver em determinado objeto ou conforto a solução para alcançarmos a tranqüilidade, mas, assim que o obtemos, logo não nos satisfaz mais, já queremos outro, e mais, e cada vez mais, sem alcançarmos a satisfação desejada.

            Entretanto, a satisfação e o bem estar poderiam ser alcançados de forma muito mais duradoura se fossem obtidos com as necessidades emocionais atendidas, isto é, as necessidades materiais quando obtidas como complementares ao bem-estar psicológico tendem a ser muito mais satisfatórias e duradouras. Quanto maior for nosso equilíbrio emocional, menor será a importância do material para o nosso bem-estar.

            Não estou fazendo uma defesa da abdicação dos bens materiais, tampouco acredito que sua ausência nos traga a felicidade ou garanta ao paraíso, quero somente lembrar que o bem estar pode ser alcançado através do crescimento pessoal. Este, por sua vez, será o responsável para atribuir ao material o valor que lhe é devido sem, contudo, abdicá-lo. Apenas quero alertar que a conquista do equilíbrio espiritual e emocional deve ter prioridade em nossas vidas, uma vez obtido, as demais questões acabam sendo conquistadas com naturalidade.  Esta deveria ser a seqüência a ser seguida, já que o material deriva do nosso estado mental. No entanto, a realidade nos coloca diante de situações que parece ser impossível acreditarmos na ajuda do invisível, por maior que seja a nossa fé.  Mas é justamente neste momento que devemos persistir. Para os poucos que conseguem acreditar e persistir, com certeza acabarão colhendo os frutos que a maioria atribui a sorte.

            Há quase 60 dias, muitos de nós brindou, pediu e se propôs a cumprir determinadas metas no decorrer de 2008. No entanto, sabemos que quando chegar o final do ano, essa imensa maioria perceberá que apenas um determinado número teve êxito nos seus propósitos, isto é, somente aqueles que acreditaram e seguiram em frente, alcançaram suas metas. Sou insistente neste assunto, pois sei que a rotina nos desvia com muita facilidade destes objetivos, e espero que essa insistência sirva para lembrá-lo e motivá-lo a seguir seu caminho, buscando a verdadeira satisfação pessoal nesta retomada das atividades. É importante lembrar que a felicidade envolve um conjunto de fatores e o trabalho é apenas um deles, por maior ou mais importante que possa parecer.

            Como sempre costumo dizer, o equilíbrio é o melhor caminho, embora o percurso muitas vezes nos leve a extremos, assim como, quando alguém esta aprendendo a dirigir, às vezes arranca muito rápido ou pára bruscamente, mas logo “pega a manha” e conduz o veículo de forma adequada. O importante é acreditar em si e persistir firme no propósito do qual deseja alcançar, por mais estressante e dura que seja a rotina, com dedicação e foco concentrado, o objetivo sempre será alcançado. Comece devagar e acelere conforme o aprendizado e, quando você se der conta, já estará lá. Pense nisso. 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 25/02/2008
Alterado em 28/02/2015
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